domingo, 1 de junho de 2014

Interpretação Musical #1: Capital Inicial - Fátima

Minha intenção com essa nova série "Interpretação Musical" é mostrar o que as músicas estão querendo dizer, e pra começar, vamos começar com esse clássico do Capital Inicial. Vale lembrar que a interpretação é pessoal, por tanto, pode estar certa ou errada, nem mesmo os compositores criam uma música com apenas um sentido óbvio.

Quando se fala na música "Fátima", muitos pensam em letras anti-Cristas, o que faz até sentido, já que os integrantes da banda Capital Inicial são ateus, mas essa música foi composta por Renato Russo, e esse acreditava em Deus.
Se prestarmos atenção, percebemos que "Fátima" passa uma mensagem linda, séria e crítica sobre a busca excessiva de dinheiro, sobre a poluição e a até sobre as guerras. Uma realidade que até hoje continua a mesma.

Vocês esperam uma intervenção divina; mas não sabem que o tempo agora está contra vocês: Os humanos provocam desmatamento e guerras, tudo isso em busca de recursos financeiros, mas não percebem que com isso, estão se destruindo aos poucos.
Vocês se perdem no meio de tanto medo; de não conseguir dinheiro para comprar sem se vender: As pessoas estão perdendo seu tempo e suas vidas, tudo para conseguir dinheiro de maneira fácil, sem trabalho e sem esforço.
E vocês armam seus esquemas ilusórios; continuam só fingindo que o mundo ninguém fez: Defendendo a ideia do criacionismo, que um ser mais acima de nós criou o universo.
Mas acontece que tudo tem começo; e se começa um dia acaba. Eu tenho pena de vocês: A passagem do ser humano pela Terra é muito curta, as pessoas desperdiçam essa única oportunidade que têm de viver construindo armas e poluindo nosso planeta.

Passando para a segunda estrofe da música, começamos a perceber que a música não só critica os que desperdiçam sua vida, como também critica o governo, o que é típico vindo de uma música que antes foi do Aborto Elétrico.

E as ameaças de ataque nuclear; bomba de Nêutrons não foi Deus quem fez: Deus só cria coisas boas, nesse caso, armas e bombas nucleares não são coisas boas, já que foram criadas pelo homem, com um único propósito: matar.
Alguém, alguém uma dia vai se vingar: Chegará um tempo que os humanos serão vítimas da própria ação, e serão vingados por eles mesmos, já que construindo bombas e armas estão contribuindo para que os terroristas e os maníacos matem a qualquer um, principalmente eles mesmos.
Vocês são vermes, pensam que são reis: Criticando o governo, que não faz nada para impedir a ação do homem, já que só pensam em dinheiro.
Não quero ser que nem vocês, eu não preciso mais: O compositor se coloca na letra, dizendo que não quer agir igual às pessoas na qual ele cita na música, ele sim tem juízo e sabe que isso só vai prejudicá-lo.
Já sei o que eu tenho que saber, e agora tanto faz: Ele sabe que com essa ideia, as pessoas vão acabar se matando, mas nem liga, o problema é delas, e ele não sabe o que fazer para impedir.

Chegamos na terceira estrofe, a mais difícil de ser entendida, é nela que vem o verso que fez com que muitas pessoas achassem que a música é para ateus.

E três crianças sem dinheiro e sem moral não ouviram a voz suave que era uma uma lágrima: As três crianças seriam os três tipos de poderes políticos, seriam eles: executivo, legislativo e judiciário, eles não entendem o que o compositor quer dizer e continuam fazendo as coisas do mesmo jeito. O dinheiro deles é roubado, pois é tirado do povo com os impostos e a moral deles é falsa, já que tem gente que não vota certo.
E se esqueceram de avisar pra todo mundo, ela talvez tivesse nome e era Fátima: A voz da sociedade, que seria a tal "voz suave" foi calada graças aos incompetentes do nosso governo, e por fim, fizeram disso uma fé morta. O nome Fátima se refere à Nossa Sra. de Fátima.
E de repente, o vinho virou a água e a ferida não cicatrizou. E o limpo se sujou: Quando tudo tiver fim, o ser humano morrerá, perderá tudo o que tem, já que não poderá levar nada consigo, a "ferida" não vai se cicatrizar porque a tal ferida é a morte, e a morte não tem cura. É o fim da vida dos gananciosos e ele verão que perderam tempo pensando naquilo que não tinha importância.
E no terceiro dia, ninguém ressuscitou: Se o ser humano não parar por aqui, chegará um dia em que ele irá tão longe com suas ideias, que não haverá "segunda chance", ou seja, vai morrer e não irá ressuscitar.

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